sexta-feira, 29 de abril de 2016
O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância, os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E voltam mais bonitas, mais maduras, voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser. Acontece que entre o ainda-não-é-hora e nossa-hora-chegou, muita gente se perde. Não se perca
Caio F.
quinta-feira, 28 de abril de 2016
Hooverphonic With Orchestra - Mad about you
Trouble is my middle name
But in the end I'm not too bad
Can someone tell me if it's wrong to be
So mad about you, mad about you, mad
But in the end I'm not too bad
Can someone tell me if it's wrong to be
So mad about you, mad about you, mad
quarta-feira, 27 de abril de 2016
terça-feira, 26 de abril de 2016
Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática e sem aquela necessidade toda de ser amada. Ele não sabe quantos livros puder ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranqüilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto. Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias todos e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa… Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura. Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.
Marla de Queiroz
segunda-feira, 25 de abril de 2016
domingo, 24 de abril de 2016
Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
Clarice Lispector
sábado, 23 de abril de 2016
Eu queria ser uma mariposa insignificante,
queria poder fugir sem ninguém perceber,
queria viajar por toda a vida,
sair e ter meu lugar de despedida,
mas sou uma simples fada, ferida , triste e cansada,
que precisa se salvar da vida,
sou um alma elevada que ninguém consegue me ver,
por mais que eu fale,
ninguém se atreve a me entender,
porque será que é tão difícil me compreender,
eu pareço invisível,
olham e não me enxergam,
curam minhas feridas,
mas não conseguem sarar minha alma,
ninguém me entende,
por mais que eu fale,
por mais que eu suplique,
continuo invisível,
me olham e nunca me enxergam,
eu só queria ficar no meu canto largada e esquecida,
só queria que me deixassem tomar conta da minha vida,
mas que adianta falar,
que adianta explicar,
de nada adianta tentar,
se arrancar minhas asas ainda assim,
não vou poder voar,
mesmo que costurem,
mesmo que me curem,
a ferida é mais profunda,
é uma dor aguda,
vem lá de dentro,
e ninguém se atreve a perguntar,
ninguém quer me afrontar,
sou uma alma sem saída,
uma fada atingida,
pelo dor, pelo amor e pela vida!!!
queria poder fugir sem ninguém perceber,
queria viajar por toda a vida,
sair e ter meu lugar de despedida,
mas sou uma simples fada, ferida , triste e cansada,
que precisa se salvar da vida,
sou um alma elevada que ninguém consegue me ver,
por mais que eu fale,
ninguém se atreve a me entender,
porque será que é tão difícil me compreender,
eu pareço invisível,
olham e não me enxergam,
curam minhas feridas,
mas não conseguem sarar minha alma,
ninguém me entende,
por mais que eu fale,
por mais que eu suplique,
continuo invisível,
me olham e nunca me enxergam,
eu só queria ficar no meu canto largada e esquecida,
só queria que me deixassem tomar conta da minha vida,
mas que adianta falar,
que adianta explicar,
de nada adianta tentar,
se arrancar minhas asas ainda assim,
não vou poder voar,
mesmo que costurem,
mesmo que me curem,
a ferida é mais profunda,
é uma dor aguda,
vem lá de dentro,
e ninguém se atreve a perguntar,
ninguém quer me afrontar,
sou uma alma sem saída,
uma fada atingida,
pelo dor, pelo amor e pela vida!!!
(ANA ELIZABETH BAADE)
sexta-feira, 22 de abril de 2016
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Poets Of The Fall | Sleep | ᴴᴰ
So
Sleep, sugar, let your dreams flood in
Like waves of sweet fire, you're safe within
Sleep, sweetie, let your floods come rushing in
And carry you over to a new morning
Começar é fácil. Acabar é mais fácil ainda. Chega-se sempre à primeira frase, ao primeiro número da revista, ao primeiro mês de amor. Cada começo é uma mudança e o coração humano vicia-se em mudar. Vicia-se na novidade do arranque, do início, da inauguração, da primeira linha na página branca, da luz e do barulho das portas a abrir. Começar é fácil. Acabar é mais fácil ainda. Por isso respeito cada vez menos estas actividades. Aprendi que o mais natural é criar e o mais difícil de tudo é continuar. A actividade que eu mais amo e respeito é a actividade de manter. Em Portugal quase tudo se resume a começos e a encerramentos. Arranca-se com qualquer coisa, de qualquer maneira, com todo o aparato. À mínima comichão aparece uma «iniciativa», que depois não tem prosseguimento ou perseverança e cai no esquecimento. Nem damos pela morte. É por isso que eu hoje respeito mais os continuadores que os criadores. Criadores não nos faltam. Chefes não nos faltam. Faltam-nos continuadores. Faltam-nos tenentes. Heróis não nos faltam. Faltam-nos guardiões.
É como no amor. A manutenção do amor exige um cuidado maior. Qualquer palerma se apaixona, mas é preciso paciência para fazer perdurar uma paixão. O esforço de fazer continuar no tempo coisas que se julgam boas — sejam amores ou tradições, monumentos ou amizades — é o que distingue os seres humanos. O nascimento e a morte não têm valor — são os fados da animalidade. Procriar é bestial. O que é lindo é educar. Estou um pouco farto de revolucionários. Sei do que falo porque eu próprio sou revolucionário. Como toda a gente. Mudo quando posso e, apesar dos meus princípios, não suporto a autoridade.
É tão fácil ser rebelde. Pica tão bem ser irreverente. Criar é tão giro. As pessoas adoram um gozão, um malcriado, um aventureiro. É o que eu sou. Estas crónicas provam-no. Mas queria que mostrassem também que não é isso que eu prezo e que não é só isso que eu sou. Se eu fosse forte, seria um verdadeiro conservador. Mudar é um instinto animal. Conservar, porque vai contra a natureza, é que é humano. Gosto mais de quem desenterra do que de quem planta. Gosto mais do arqueólogo do que do arquitecto. Gosto de académicos, de coleccionadores, de bibliotecários, de antologistas, de jardineiros.
Percebo hoje a razão por que Auden disse que qualquer casamento duradoiro é mais apaixonante do que a mais acesa das paixões. Guardar é um trabalho custoso. As coisas têm uma tendência horrível para morrer. Salvá-las desse destino é a coisa mais bonita que se pode fazer. Haverá verbo mais bonito do que «salvaguardar»? É fácil uma pessoa bater com a porta, zangar-se e ir embora. O que é difícil é ficar. Isto ensinou-me o amor da minha vida, rapariga de esquerda, a mim, rapaz conservador. É por esta e por outras que eu lhe dedico este livro, que escrevi à sombra dela. Preservar é defender a alma do ataque da matéria e da animalidade. Deixadas sozinhas, as coisas amarelecem, apodrecem e morrem. Não há nada mais fácil do que esquecer o que já não existe. Começar do zero, ao contrário do que sempre pretenderam todos os revolucionários do mundo, é gratuito. Faz com que não seja preciso estudar, aprender, respeitar, absorver, continuar. Criar é fácil. As obras de arte criam-se como as galinhas. O difícil é continuar.
Miguel Esteves Cardoso
quarta-feira, 20 de abril de 2016
terça-feira, 19 de abril de 2016
Bush - Letting the Cables Sleep
You in the dark
You in the pain
You on the run
Living a hell
Living your ghost
Living your end
Never seem to get in the place that I belong
Don't wanna lose the time
Lose the time to come
You in the pain
You on the run
Living a hell
Living your ghost
Living your end
Never seem to get in the place that I belong
Don't wanna lose the time
Lose the time to come
segunda-feira, 18 de abril de 2016
Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo. Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez, não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder para aprender a dar valor, e os amigos ainda se contam nos dedos.
Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.
Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.
Charles Chaplin
domingo, 17 de abril de 2016
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
Todos os dias estendo a mão, sem te tocar.
A minha mão, da tua mão, da minha mão, da tua mão sem me tocar.
Todos os dias espero, e admiro, e procuro, e espero, e seguro, e relembro, e tento entender, e estendo a mão para te tocar, para te rever, para te ter, mais esta vez, num quarto à beira mar.
A minha mão, da tua mão, da minha mão, da tua mão sem me tocar.
Todos os dias espero, e admiro, e procuro, e espero, e seguro, e relembro, e tento entender, e estendo a mão para te tocar, para te rever, para te ter, mais esta vez, num quarto à beira mar.
Tiago Bettencourt
sábado, 16 de abril de 2016
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