sexta-feira, 14 de setembro de 2018

“Cada vez mais aprecio pessoas que gostam do que eu não gosto, que pensam como eu não penso, que dançam o que eu não danço, que comem o que eu não como, que vestem o que eu não tenho coragem de vestir...
Actualmente existe uma necessidade exagerada de sermos um de muitos.
A sociedade assim nos obriga, seja no dia a dia da nossa vida, seja num simples gosto ou comentário em qualquer publicação foleira das redes sociais.
A necessidade de sermos aceites num grupo, vale mais que a nossa identidade.
Acabamos por nos vendermos, a troco de nos deixarem pertencer a um rebanho.
Comemos as mesmas coisas, pensamos as mesmas coisas, falamos as mesmas coisas...
E a troco de quê?
Aceitação...
Isso é excelente, não fossemos um ser extremamente social e carente de atenção e aceitação.
Mas...
E Eu?
Um dia acordamos e ousamos pensar diferente...
Ousamos em ver diferente...
Ousamos a pensar em nós!
E nessa altura damos conta do vazio que fomos alimentando...
Identidade própria!
Algo que jamais devemos perder a troco de sermos aceites.
Eu oiço a música que quero, eu vejo o que quero, eu como o que quero, eu danço o que quero dançar...e danço com quem quiser dançar e quando me apetecer dançar!
E no dia que tivermos coragem de deixarmos ser mais um, percebemos que somos nós e mais um de muitos nós...
Dispostos a alargar horizontes, a deixarmos os carreiros que percorremos dia após dia...
Disposto a questionar a nossa verdade absoluta e a alargarmos a nossa margem de erro, ao ponto de questionarmos todas as verdades absolutas que nos guiaram ao longo dos anos.
Riscos?
Muitos...
Consequências?
Tantas e tão boas...

Para que o hoje não seja um lamento do amanhã, mas sim um presente ..

Luis Miguel Azevedo


Sem comentários:

Enviar um comentário