terça-feira, 8 de setembro de 2015


Saudades! Sim... Talvez... E porque não? Se o nosso sonho foi tão alto e forte. Que bem pensara vê-lo até à morte. Deslumbrar-me de luz o coração! Esquecer! Para quê? Ah! Como é vão! Que tudo isso, amor, nos não importe. Se ele deixou beleza que conforte. Deve-nos ser sagrado como o pão! Quantas vezes, amor, já te esqueci, Para mais doidamente me lembrar Mais doidamente me lembrar de ti! E quem dera que fosse sempre assim: Quanto menos quisesse recordar Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

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