sexta-feira, 16 de outubro de 2015



São os fatores dessa minha vida acanhada,
que me fazem e se desfazem de mim,
fico constrangida de me ver e de olhar,
quando percebo me altero sem fim,
sou como uma leoa triste e enjaulada,
querendo partir pra selva,
uma imagem repleta de feras,
que me trucidam e saem de mim,
sou desmedida e perturbada,
quero me conhecer e me ceder,
mas triste é a ilusão do sim,
fico perdida e não me esqueço,
de ser feita de carne e de começo,
sou fogo queimando, trepidando por mim,
quero me acudir,
mas pobre de mim ,
que estou nessa relva sem me esconder,
sem me refazer,
sem me ter,
quero me encontrar, me queimar, me descontar,
quero acender depois de me saciar,
sou um fera chorando e pedindo que me soltem,
que não me amordacem e não me forcem,
de leoa a gata fico manhosa,
mas não duvide, se me tocar arranho,
sou uma fera perigosa,
fico na espreita, apenas esperando,
fico sonhando com todos os acordes,
quero esse texto pra me dedicar,
me informar sem me acomodar,
não descanso enquanto não me olham,
esquecem que sou uma fera,
que estou ferida de ódio
não me conhecem nem me despedem,
fico na espera de me ter e de me acometer,
um dia parto e me rasgo,
mesmo ferida me disfarço,
sou uma fera ferida do acaso!!!!!
ANA ELIZABETH BAADE

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