quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Como o sol que cai.
Alma sentinela,
Ensina-me o jogo
Da noite que gela
E do dia em fogo.
Das lides humanas,
Das palmas e vaias,
Já te desenganas
E no ar te espraias.
De outra nenhuma,
Brasas de cetim,
O Dever se esfuma
Sem dizer: enfim.
Lá não há esperança
E não há futuro.
Ciência e paciência,
Suplício seguro.
De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Com o sol que cai.
[Arthur Rimbaud, A eternidade]


2 comentários:

  1. Adorei seu blog.
    Estou seguindo, se puder seguir de volta agradeço!!
    Bjooss
    https://minhaspalavrasoficial.blogspot.com.br

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