sábado, 16 de abril de 2016

Dizia que viajar é poder partir-se para o lugar em frente, que cada lugar só impressiona porque sugere a visibilidade do próximo.E que no fim, quando abandonamos tudo e já não ouvimos senão o repique dos sinos, as paisagens deixam de existir para não passar do que a respiração liberta.

"O que nos conduz é podermos sepultar o corpo noutro lugar; porque em todos os sítios passados deixámos o corpo à vista do lugar mais próximo”.

Percebi, sem que mostrasse algum temor, que havia descoberto a transparência do mundo, que fora auxiliado pela face suspensa dos viajantes. E lembrei-me como o tempo havia de ensinar, desde a juventude à velhice, que onde a beleza assola habituamo-nos a uma pausa nos olhos, nas mãos e nos olhos que são o que nos diz do pouco do que nos fica sempre.



Rui Coias


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